Enrolada
Contém SPOILER.
O sonho de uma mãe é arrancado de seus braços por causa de um desejo proibido que gerou uma punição severa da vida desembocando numa história dramática de dores e superação. Rapunzel é a protagonista que foi arrancada dos braços materno ao nascer como castigo dado por um bruxa egoísta, bruxa essa que a aprisionou em uma torre inacessível por quase toda a sua vida. A única acessibilidade disponível até a jovem era a escadaria improvisada de suas gigantes tranças douradas.
Órfã de pai e mãe, vivendo solitariamente em sua masmorra, ela vê sua vida mudar inesperadamente com a chegada do filho do rei, um príncipe. Eis que nasce um grande amor real, porém, ainda imaturo, o primeiro amor de Rapunzel. Por confiar demais em sua “mãe postiça”, a bruxa, ela acaba abrindo o coração à sua própria carrasca e é abruptamente separada de seu amado e obrigada a viver uma vida miserável.
Longe da torre do seu comodismo, sem seus encontros noturnos com o jovem namorado, sem pai, nem mãe, Rapunzel fica completamente sozinha na vida, e enquanto ela vivia seu drama, seu querido príncipe também vivia o dele. Ferido pela bruxa, ele fica cego e vaga perdido pela floresta até que reencontra sua querida e muito amada Rapunzel, que ao vê-lo em tal situação chora e suas lágrimas são capazes de fazer o milagre da cura devolvendo-lhe a visão, restaurando-lhe o reino e realizando um feliz casamento entre ambos. Esta é a síntese do romance e vida de Rapunzel.
Mas o que isso ensina?
Fazendo um paralelo com o conto infantil quero falar agora com você, Rapunzel de Cristo. Você que tem vivido tristezas subsequentes que não conhece o seu Pai celestial, se sentindo órfã, quem sabe até mesmo no âmbito físico e não somente no âmbito espiritual. Você que foi aprisionada em sua torre, que viveu cativa durante muito tempo e que portanto sabe o real significado da solidão. Você que até possui um certo potencial para sair desse isolamento no qual as pessoas te aprisionaram, você mesma poderia cortar suas tranças e fazer uma escada para sair dessa masmorra, mas, acostumou-se a viver escrava de suas emoções, de sua aparente incapacidade de vencer tal situação.
Você, menina, que encontrou seu grande amor, um amor real, porém imaturo. Ele até é um filho do Rei, contudo, vocês são tão jovens e a batalha é tão grande. Você que confia demais nas pessoas a sua volta e que abre seu coração para seus próprios adversários. Não faça mais isso, princesa. Saiba que todas as coisas cooperam para o teu bem e que o mal que tentarem contra você será revertido em um bem que te libertará dessa prisão, sua luta não acabou ainda e a vitória está no porvir. O que agora pode ser um momento de angústia terrível, uma ruptura dolorosa, repleta de perdas e frustrações contínuas, não é o fim de sua história. Você sabia que nesse mundo teria aflições, mas não tenha medo! Com Cristo, você vencerá esse mundo de dissabores.
Se você já perdeu as suas tranças, a sua capacidade de se relacionar com seu amor, se perdeu o seu alicerce sendo rejeitada e abandonada, viva na dependência do Senhor. Se algo calou o seu canto diário, seu louvor que subia ao trono, não se desespere e lembre-se: O que é seu encontrará uma forma de reencontrá-la. Deus faz novas todas as coisas e é ele que restitui sete vezes mais além do que foi roubado. Menina-mulher, crescida por fora, mas frágil como uma criança por dentro, não tema, confie no Senhor.
Você que se entregou a um relacionamento precipitado e imaturo. Você já parou para pensar no porquê aquele príncipe não arrancou Rapunzel de sua masmorra? Por que se contentou em vê-la na calada da noite e nem sequer quis conquistar sua “suposta sogra”? É! Ele não soube se comportar como um verdadeiro filho do Rei, não é mesmo? Enfim, o que é de Deus permanece e se você e ele caíram, creia que Deus pode levantá-los, suas orações não são em vão e suas lágrimas estão atraindo cura de Deus para sua vida, pois, Deus quer restaurá-los e dar a vocês um casamento abençoado. Mas, antes de tudo, ele quer curar você e seu futuro esposo. Pois é necessário que vocês se voltem para o Reino, já que lá é que está sua alegria. Deixe Deus curá-los em sua relação, ele é teu Pai e você nasceu para o Reino dos Céus, para ser uma princesa e não uma plebeia. Enquanto você espera, Deus está trabalhando a seu favor, mesmo que você não veja por estar com os olhos nublados por tanta dor.
Autora: Eliane Mariz | Gênero: Crônica | Editado: 24/08/14 | Atualizado: 17/07/22